O Monstro Dentro de Você – Antibirth


Vocês não tem idéia do que é este filme trash-gore-junkie. VOCÊS não têm noção! Pegue o Liquid Sky e bata no liquidificador com O Bebê de Rosemary, Alien, Yellow Submarine e depois que levar ao forno e desenformar, salpique referencias do reanimator e pronto!
Mulher (Natasha Lyonne, a Nick de OITNB que, aliás, se eu assistir mais um filme que ela é bagaceira vou começar a achar q ela é mesmo) vai super drogada para uma festa num prédio em ruinas e nao se lembra de nada depois mas a barriga dela começa a crescer e ela jura q não transou com ninguém.
Junte ao coquetel, drogas, muitas drogas, ufologia, experimentos do governo, mafia russa, cafetões, e temos nosso liquid bebê de rosemary skies de 2017, sqn.
IN-DIS-PEN-SÁ-VEL para quem gosta de um trash independente indie que ainda tem Chloe Sevigny e Meg Tilly no elenco. Tem uma sequência de alucinações (?) filmada em old style, muita cor, muito efeito de solarização, fusões lisérgicas quase yellow submarine. Trilha sonora que podia ter sido feita pelo John Carpenter. E ainda, para terminar, uma referência, certa hora lá, ao clááááaááassico reanimator.
Pense bem, veja o que você achou destes outros filmes que eu citei aqui antes de embarcar nessa. Cult trash junkie scifi horror de primeira, mas não para todos.

How to Plain an Orgy in a Small Town


Filme canadense, comédia. Pode um filme que se chama Como Planejar uma Orgia numa CIdade Pequena ser nhé? Pode!
Faltou muita coisa neste filme, não sei se quimica, se liga, se nao sei o que. E olha que com um título desse tava quase tudo pronto. É uma tragédia? Claro que não, perfeitamente assistível, mas faltou sazon. Talvez o problema tenha sido que o filme é canadense. Se fosse norte americano seria mais pudico mas mais engraçado. Se fosse europeu do norte seria mais putaria e menos engraçado. Sendo canadense ficou em cima do muro. Vai além dos americanos mas fica aquém do que poderia ter ido se fosse não americano.
A história é muito boa. Se eu contar aqui vocês vao duvidar que o filme nao seja espetacular. Mas não é.
Moça cronista sobre sexo volta a sua cidade natal puritana que praticamente expulsou-a de lá na adolescencia. Ela continua mal vista pq escreveu um artigo detonando o puritanismo das pessoas de lá que, para mostrarem para ela que não são puritanas, pedem para ela organizar um orgia entre eles. Pronto, mais nao falo.
O enredo é legal, as conclusões para as várias situações sao bem interessantes mas faltou uma coisa, um ritmo, um sei o que.
Bonus track: a atriz principal é a cara da garota exemplar só q nao é ela.
Sem dar spoiler, o que acontece com o prefeito que não é canadense achei preconceituoso, a minha dúvida é se o prconceito é meu ou do diretor.
Confiram por conta e risco.

Invasão de Privacidade


Mais do mesmo ou o melhor dos iguais? Mais do mesmo. O melhor dos iguais é o non stop com liam neelsen. Dono rico de empresa de jatos particulares prestes a falir acaba se envolvendo com psicopata carente da TI q invade gostoso sua vida e faz dela e da sua familia um inferno.
Vc vai ficar tenso? Vai. O filme é legal? É. Entao posso assistir? Pode. Mas e se eu nao assistir? Não fará diferença nenhuma pq é so mais um do mesmo. Você com certeza já viu filme semelhante. Entao nao devo ver? Ué, fica na sua consciência. Eu gostei de ter visto mas você tem que pensar que é como comer a mesma lasanha de vez em quando, continua boa mas é sempre a mesma lasanha.
Pierce Brosnan tá veião mas ainda dá um caldo. O psicopata carente ta bem de psicotifoi.
Contras. Antes, um aviso. Eu acho que quando você presta atencao na pataquada ideologica norte americana ou coisa semlhante, é pq o filme nao foi bom o suficente pra te distrair. No caso desse, ao terminar resta uma duvida, ok, o cara era um psicopata, mas o o dono ameaçado era um tipico exemplo do selfmademan norte americano que, se for preciso, passa por cima de tudo e usa seus subalternos para seus interesses.

Laerte-se


Primeiro documentário brasileiro feito pelo netflix. Co-dirigido pela Eliane Brum o filme mostra o cotidiano da cartunista Laerte (só para nao parecer q sou moderno, para mim é dificil dizer a Laerte, por outro lado tb gosto do desconforto e confusão que isso me provoca). Todo documentário é também uma obra de ficção e por mais que ele acompanhe o acontecer daquilo que se filma, muitas das cenas, por uma questao de montagem, precisam ser construídas para funcionar. E este, apesar da falta de adornos de linguagem cinematografica, por mais que ele seja uma câmera acompanhando uma reality interview, também é uma obra de ficção, um dos recortes possiveis da realidade, em sua estrutura.
As diretoras optaram por ouvir Laerte, perguntar o mínimo possível sobre grandes temas, questões e processos importantes acontecendo na vida da cartunista. O doc não tem trilha sonora em grande parte do tempo, é como se o silêncio de fundo das conversas emulasse o real do cotidiano. O máximo da sofisticação sao as animacoes das tirinhas dela. É como se as diretoras nao quisessem nos distrair do que é dito em cena. Só isso é importante. Tudo é visto pelo ponto de vista da Laerte. Não existem depoimentos de parentes, amigos, colegas de trabalho, nada. Apenas a figura provocadora da cartunista. Provocadora não só por se vestir de mulher, ter dúvidas se faz um implante de seios e se auto declarar como mulher. Principalmente pq ela nao mudou nada em sua maneira de falar ou mesmo no tom de sua voz. Se você fechar os olhos, vc terá certeza que é um homem sem nenhuma caracteristica, comumente associadas ao sexo feminino, que está falando.
Achei isso bastante provocador nesta construção de mulher dela. É como se ela falasse, Eu sou mulher mas eu falo como sempre falei, como um homem, pq o ser a mulher que eu digo que sou nem eu sei se é possivel ser.
Gostei de conhecer mais sobre Laerte, de ver que nao é uma pessoa cheia de certezas sobre o que é e mesmo sobre onde pretende chegar com tudo isso. É um processo, e nem mesmo ela sabe onde tudo isso vai levá-la.
bonus track: Eliane Brum tem uma conduta quase etológica na entrevista, ela quase nao aparece, apenas introduz os assuntos, mas deixa laerte falar.

Turbo Kid e Mindhorn

 
Dois filmes, uma resenha.
Neste caso específico farei uma resenha falando de dois filmes que assisti na sequência no netflix e que tem em comum a referência aos anos 80 do século passado. O interessante é que, de uma maneira mais ou menos evidente, os dois filmes usam os anos 80 metalinguísticamente também.
Mindhorn é um filme que se passa nos tempos atuais em que um assassino em serie, para parar de matar, exige falar com um detetive personagem de uma serie dos anos 80 que nao existe de verdade, entao chamam o ator do seriado que agora é decadente para negociar com o assassino.
Turbo Kid é um filme que se passa num futuro pós-apocalíptico no ano de 1996. Ou seja, o futuro do filme é um futuro em relação aos anos 80, época que o filme emula inclusive na trilha sonora e canções.
Mindhorn é uma comédia, a graça está em ver um ator barrigudo, careca e cagão tentando ser o detetive que o personagem dele na serie era. Eu gostei, nao esperava muito, mas até achei graça numas graças lá.
Turbo Kid é uma aventura mad max + goonies bem sangrenta. Aliás, as mortes é o que o filme tem de melhor, reparem na quantidade de sangue groselha que jorra e na escultura de pedaços de gente serradas. É mesmo uma aventura e tem uma levada ditada pela trilha sonora anos oitenta que também trasnforma o filme em um produto dos anos 80, sqn.
Confesso que a trilah sonora eletrônica sintetizadas estilo john carpenter + tangerine dream me irritou um pouco e me desconectou do filme. É como se eu estivesse vendo um filme com o som baixo e tivesse, ao mesmo tempo, escutando um disco de um sub giorgio moroder genérico. Mas tb tenho q dizer que este é um problema meu.
Concluindo, Turbo Kid, apesar de seu desleixo calculado, é mais candidato a cult, mas eu gostei menos por conta do que disse antes. Mindhorn é bem mais despretensioso, um filme comedia sem maiores pretensões, assisti neste espírito também e também gostei mais. Assistam, comprovem ou desprovem.

The Man Who Changed the World


Documentário sobre o músico David Bowie. Não chega nem aos pés de outro documentário sobre ele chamado Five Years que, aliás, tinha no netflix mas acho q deu o prazo e eles tiraram tipo uns tres meses dele morrer.
Este que entrou no net agora é um documentário padrão sobre a carreira do David, é interessante para termos um panorama geral sobre ele, principalmente para quem nao sabe ou sabe pouco sobre ele. Pros fãs é só mais do mesmo. Diferente do Five Years que esmiuça uns assuntos de maneira bem mais interessante. Principalmente a característica do Bowie de controlar tudo e ter noção de tudo que está acontecendo na sua música, dos arranjos aos figurinos, passando pela iluminação.
De qualquer maneira, vale se vc conhece ou nao o artista e sua obra. Se conhece, tem as imagens para lembrar. Se não conhece, fica conhecendo.
Bonus track: achei curioso que nao toque nenhuma musica do e com o David Bowie durante todo o doc. Pode ter sido conceitual, mas acho que deve ter tido algum problema de direitos autorais. Fiquei com preguiça de procurar, talvez Sergio Kulpas faça este serviço para nós.

Twin Peaks 2017

Tinha feito uma promessa de não falar de séries aqui mas Twin Peaks nao foi uma serie, foi um marco. Assim, quando o Luciano Maia me avisou que já tinha dois episódios no netflix, corri lá.
David Lynch sem medo nem pressa nem falta de dinheiro para ser David Lynch. Apesar de acontecer várias coisas já nestes dois capitulos, ele vai lento no clima que só ele sabe fazer. Não tem como nao arrepiar no momento que a primeira nota do tema da série chega em suas orelhas. Todo o universo da série continua lá, a cortina vermelha, as quedas d’água, o chão de padrao geométrico e, agora, com um adicional de experimentos secretos em NYC.
Não tem como nao adorar o clima de sonho sem tempo de pessoas que precisaram interpretar falando ao contrario para que depois as cenas pudessem ser usadas tb ao contrário e mantivessem a sincronia labial perfeita.
O que vai virar? Não tenho a menor idéia e, pelo que conheço do Lynch, talvez ele também não.
Adorei e tô louco para continuar a assistir? também não, ele nao tá com pressa de te pegar. Apesar de termos já mistérios pra se resolver. O problema é que 25 anos depois, pego assim de supetão q ja tinha a série no netflix, eu só lembro que tinha o agente cooper e a laura palmer e a historia também se passa 25 anos depois. Ou seja, este tempo real também é o tempo da série. Se bem que tem umas horas lá que eles também nao sabem se estao no passado ou no futuro. Resumindo (acho q vou rir de usar o verbo resumir pro lynch, mas vamos lá!), pegue o velho, literalmente, Lynch e adicione um pouco de portais e universo tangenciais do darko e acho q é por ai que iremos, ma ainda é cedo para saber. Meu único medo é virar aquela salada de frutas com carne moída que foi aquela serie genérica de TP chamada Hemlock Grove.

Extinction – Apocalipse


Filme espanhol disfarçado e com atores norte-americanos. Uma mistura de Walking Dead com A Última Esperança da Terra. Filme muito bom e que me surpreendeu pela história, pela maneira como esta história é contada e pelo clima de tensão e suspense muito maior do que a sangueira sempre associada a filmes de zumbis. Na verdade, é um filme de pós-zumbi. Eu acho legal que a mitologia de zumbis e apocalipse em gelo já está tao estabelecida que ninguem nem explica mais nada. Este filme já começa no grau e depois acalma para discutir outras coisas.
Um casal, um amigo e mais a bebê do casal escapam de um onibus cercado por seres zumbisticos. Nove anos depois, os amigos sao vizinhos, a bebe virou uma menina e os dois amigos agora se odeiam. Mais eu nao conto. Ou melhor, para tecer alguns comentários, vou precisar contar mais lá no final desta resenha, mas daí aviso q vai ter spoilers e quem quiser para de ler.
O filme é um primor em tensao e clima. Evita até onde pode os sustos fáceis e consegue até inserir, com toda justificativa do mundo, um rock pesado numa cena de luta entre humanos e criaturas. Reparem em duas cenas memoráveis. Em uma delas forma uma pequena onda na agua acumulada no porao da casa. E na outra, onde varias pessoas lutam contra as criaturas em varios comodos diferentes da casa, a camera passeia entre as divisões dos comodos mostrando todas as lutas ao mesmo tempo, sem cortes.
Este filme é um pequena pérola daquelas que eu gosto de achar aqui neste mar de movies. Eu o teria considerado uma pequena obra prima perdida se o diretor/roteirista tivesse tido mais culhões para levar a historia para onde ela deveria (no meu ponto de vista, só lembrando) ter sido levada.
Para explicar meu ponto de vista precisarei dar alguns spoilers, então:
ATENÇÃO! NOS PARÁGRAFOS SEGUINTES VOU CONTAR PRATICAMENTE O FINAL DO FILME, SE VC NAO GOSTA DE SPOILERS (COMO EU) PARE A LEITURA AQUI E LEIA SÓ DEPOIS DE TER VISTO O FILME.
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In my opinion, este filme perdeu a chance de ter sido bem provocador e diferente dos outros filmes da mitologia zumbi pq o diretor foi cagão e resolveu nao arriscar. O final dele caga bastante pq traz a historia pro tradicional básico de filmes do tipo.
Pode ser que eu seja uma pessoa perturbada da cabeça mas é obvio que rola um clima de casal/familia entre os dois amigos e a filha de um/dois deles. Este clima nem precisa ser homoafetivo, mas é um clima de familia que existe entre os tres. A historia, para nao ficar muito bandeira, praticamente joga uma personagem feminina grávida no meio dos três para resolver este embroglio em que ela mesma havia se colocado. Ou seja, dois homens e uma filha dos dois que se odeiam, sqn. Como resolver isso se eu sou cagão e a industria cultural ainda nao dá conta? Surge o deus ex machina q aparece para formar um casal com um dos homens, dar um irmao pra menina e ser a mae dela ainda. Mais do que isso, o outro homem do casal, precisa se sacrificar e morrer pela familia alternativa para que a familia tradicional (homem+mulher+filhos) ressurja e encontre a civilização que sobrou da civilização.
Excelente filme, mas que perdeu a chance de ser um divisor de aguas nas historias de zumbi e apocalipse. Que pena.
Bonus track: o mocinho barbudo é o carinha do lost

Segredos de um Crime


Antes de mais nada, alguém poderia comprar uma caixa nova de títulos pros colocadores de titulo de filme em português? A gente nem consegue saber se já viu o filme de tanto a mesma coisa de sempre que sao os titulos. Posto isso, vamos lá!
Filme australiano que já começa bem pq vemos que os carros tem volante do lado direito e, como eu disse, filmes q tem carros desse tipo tem grande chance de serem bons.
É um drama, um drama policial mas mais um drama. Teria até sido possível de ter sido feito com o personagem policial tendo outra profissão. Possível sim, mas com certeza nao teria a mesma densidade de dúvidas e questionamentos que tem sendo do jeito que é.
Um policial de folga voltando pra casa a noite, derruba com o retrovisor um menino de bicicleta, para para socorrê-lo mas fica em dúvida se diz q foi ele que o derrubou. O resto é o filme. Um filme de histórias, de dúvidas, de personagens que fazem coisas erradas e tudo bem, pessoas que fazem coisas erradas e tem culpa e de pessoas que tentam fazer o certo.
Bom filme em que não existem vilões e mocinhos mas sim pessoas com nuances que a levam mais para um lado do que para o outro.

Necrofobia


Filme argentino psicológico de terror
Você sabe que um diretor quer ser moderno quando ele coloca os créditos finais descendo ao invés de subindo.
Não sei o filme é ruim, mas pode ser bom se você souber apreciar e for mudando umas coisas na sua cabeça enquanto você assiste o filme. Por exemplo:
– Voce diminui na sua cabeça o voulme e intensidade da trilha sonora para dar clima, pq nao é que ela nao dá clima, ela dá uma meteorologia completa.
– Na sua cabeça, desconsidera aqueles manequins cobertos com plasticos e iluminação barroca blade runner style. Despeça quem fez os cenários e substitua por algo mais clean.
– Aproveita e despede o roteirista que quis ser tão enigmático e confuso e em aberto que acabou sendo só ruim.
O grande problema do filme é que é tão óbvia a trama que você pensa que não é aquilo que vai acontecer pq é tao obvio que é aquilo q ta acontecendo. Ainda mais que o resumo do netflix é puro spoooiler. Posto isso, o roteirista quis fazer uns loops que mistura a dupla vida veronique com o inquilino para dar um peso dramático com o agravante que ele nem é o polanski e nem o outro polones lá cheio de consoante no nome e que começa com W.
Ahh, sei lá, tem filme que é ruim mas é bom, este aqui eu nao sei se é só ruim ou se é ruim mas é bom.
Bonus track: O filme se chama necrofobia, algo relativo ao personagem que tem medo de cadaveres. Oi? OOOI? Mas quem não tem?