Orgulho

01072017
ontem a noite, deitei na cama e fiz o que todo mundo faz neste momento, pensei na minha vida. Pensei em tudo que aconteceu comigo nos últimos meses. Pensei pelo que passei, pela maneira natural que tudo aconteceu. Pensei como eu preciso parar para pensar nas coisas para perceber que tudo isso foi uma exceção. Não consigo sentir assim, sinto apenas o fluir da vida que tem destas coisas. Apesar de todo o meu fricote aqui no facebook, de ter usado minha operação até para penchinchar discos de vinil num sebo, na mais profunda verdade eu achei tudo normal e natural no viver da minha vida. É sério, não tenho dó de mim, tenho orgulho de estar aqui, depois de tudo. Mas não é um orgulho meupaidossél, nao é um obrigado 100or. É um orgulho de nao me orgulhar por ter sido forte e ter enfrentando tudo isso.
Na verdade, isso tudo foi disparado por uma frase dita pela terapeuta do meu filho que ligou para falar das férias dela e, como não tinha falado comigo ainda depois da cirurgia, me perguntou como eu estava, eu disse que tava ótimo e dai ele me deu os parabéns por ter passado por este enfrentamento.
Achei engraçado receber o parabéns. Mas na sequência me deu um orgulho pq a frase dela deslocou tudo de eu ter sido um sujeito passivo que passa por uma situação da vida para um sujeito ativo que enfrentou com as armas de jorge a situação pela qual passava.
A noite na cama, veio tudo na minha cabeça, igual filme que faz uma sequência de imagens para lembrar o que aconteceu. Eu tive vontade de rir quando lembrei que antes do exame de cateterismo eu tive muito medo, muito medo mesmo. Em como a gente é perdulário em gastar nossos medos com bobagens.
Depois, eu tive uma vontade de chorar. E chorei um choro seco. Um choro de vitória do homem comum sobre as coisas da vida. Meu orgulho de mim continuou lá, um estranho híbrido chamado orgulho humilde.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *