Cleido, Logo Existo

Pensa num filme gostoso. Agora passa maionese e assiste. Pensa num filme do Woody Allen que se passa em NYC, agora dá um haldol pro woody para ele escrver menos diálogos frenéticos, menos conversa mas, mesmo assim ser basicamente um filme de diálogos, inclusive com humor.
Filho de escritor famoso, também escritor, volta para Nova Iorque para rever a familia, e a ex-namorada que vai se casar.
Ele, como cronista, fez muita merda escrevendo sobre todos e nao necessariamente falando bem deles.
Um filme, como já disse, de diálogos leves e engraçados sobre pessoas e relacionamentos não necessariamente leves e engraçados também. A cena da familia no taxi mais o motorista é muito boa. Mr. Big tá ótimo de escritor de meia idade desejado por jovens alunas enlouquecidas. Vale a pena, muito legal.
bonus track: o mocinho é a cara do sean pean com cabelos e oculos do johny deep quando faz papel de escritor bebado beatnik.

Segundo resumo do nets, é um filme independente norte americano.
Daí fiquei pensando, assim com o einstein buscou a teoria unificadora das forças a vida inteira, qual característica une todos os filmes independentes americanos? Pq sentimos que um filme é independente, além do óbvio de ser independente?
A única conclusão que cheguei foi que são histórias cotidianas, são desacontecimentos como diria eliane brum, com pequenas inserções quase surreais na narrativa. Não são surreais, são possíveis enquanto realidade, mas são microestranhas.
O personagem central deste filme é hunter-gatherer, um caçador-coletor, vive das pequenas oportunidades q surgem mas nao consegue construir seu proprio destino, é um cara que acabou de sair da prisão, volta para a vasa da mãe e tenta reconquistar o amor da sua vida que tá em outra. Desempregado, descarta geladeiras usadas para ganhar um troco. No meio do caminho, faz amizade com um jovem que serve de cobaia para medicamentos em um laboratório. Tudo possivel, mas entenderam como a mistura torna tudo cotidiano surreal?
Bonito filme feito de esperança e desesperança, melancolia e um pouco de alegria. Ilusão e desilusão. Tocou meu coração refurbished. Recomendo.
bonus track: os sonhos dele são feitos de fusões de imagens, tecnica meio fora de moda mas que parece tendencia outono-inverno para filmes independentes pq já vi nuns três. Reparem no beijo-nao beijo dele e de seu amor no primeiro sonho.

Filme norte americano (pode ser canadense, nao reparei) comédia romântica bonitino que dá bem pro gasto. Bom, comédia romântica precisa de muito esforço pra dar errado né? É quase como fazer um doce que vai leite condensado, creme de leite e chocolate em barra. Mesmo assim, existem comédias românticas acima da média e outras bem abaixo. Eu diria que esta não é inesquecível. Mas também diria que 87,3% das vezes que queremos assistir uma comédia romantica nao temos a menor pretensão de nao esquecê-la para sempre. Queremos apenas que sejam eternas enquanto durem.
Posto isso, vamos ao filme. Moça de quase 27 anos ainda nao resolveu sua vida enquanto todos os amigos da epoca de colegial já estao acertados na vida. Penso que nos states, pragmáticos do jeito que são, uma pessoa de quase trinta que ainda se comporta como jovem perdido deve ser mais desastroso ainda. Ela se encontra com a turma na festa de casamento de uma delas, ela tem namorado mas parece q se recusa a crescer. Na festa acontecem coisas q fazem com que ela vá embora e se encontre com uma turminha de adolescentes querendo comprar bebidas alcoolicas num supermercado. Vocês devem estar se perguntando, Mas onde está o romance nesta comédia romântica que a mocinha ja tem namorado e acba parando num supermercado no meio da noite junto com alguns adolescentes que, pelo menos parecem ter a mesma maturidade emocional que nossa heroina. Pois vão continuar perguntando pq mais eu nao conto. Se quiserem saber, assistam ao filme. Um bom filme na categoria eterno enquanto dura.
Bonus track: keyra ta ótima e faz umas caras de tédio e jovem de quase 30 que sao engraçadas.
Bonus track II: Pensei assim, que nome besta que puseram em portugues e vi depois que é exatamente o nome do filme original.

Não, não é o filme alemão sobre um professor que …
Este A Onda é um filme catástrofe. Gosta de filme catástrofe? Então presta atenção, este é um filme catástrofe Norueguês.
Já assistiu algum? Então isso já é motivo suficiente para você ver este.
Vc sabia que a Noruega também espera pelo seu Big One? Só que, no caso, são os movimentos das placas dos fjords que podem mais cedo ou mais tarde gerar um tsunami por lá.
Cidade pequena a beira de uma plantacao de fjords altos pra burro tem um geografo que, óbvio, está de mudanças mas no seu ultimo dia de emprego detecta sinais de que as coisas nao andam bem nas entranhas da terra, por lá. Um tsunami pode aparecer a qualquer momento e ele tem que avisar as pessoas e tirar a sua familia de lá. Mais eu nao conto.
Bem legal o filme, mas nao pense que vai mudar a sua vida. É um filme de aventura eletrizante, daqueles que você dá uma suada na mão.
Se você gosta do gênero aventura catástrofe, vai passar mais de uma hora se “divertindo” na frente da telinha. Percebemos que não é um filme de catastrofe de hollywood principalmente na cena da mãe. Uma mãe americana não faria daquele jeito. Que cena? Ué, tá esperando o q para ir lá ver?

Depois do filme catástrofe norueguês, que tal um filme sci-fi francês?
Em um futuro distópico, como diria meu filho Joca Vasconcelos, num cenário que mistura blade runner com lutas de MBA, a França enfrenta a decadência de ser dominada pelas corporações farmacêuticas que podem testar suas novas drogas em humanos, usando-os como cobaias e pagando para voluntários miseráveis q precisam de dinheiro.
Ares é um ex-lutador deste vale tudo futurista movido a droga e que quase sempre termina com a morte do perdedor. Ele está fora do mercado pq sofreu um acidente em uma de suas lutas.
Porém, algo acontece que o manda de novo pro mercado.
O design da Paris futurista, óbvio, tem como referência blade runner mas é muito mais real, no sentido, “tenho certeza que vai ser assim daqui umas décadas” do que o próprio blade. Só de não ter carros que voam já imprime um ar de verdade ao filme que, no meu ponto de vista, beneficia em muito o filme. Reparem na torre eiffel.
É um filme francês influenciado pelo cinema norte americano mas é um filme francês. Diferente das ficcões do Luc Besson, por exemplo, que são filmes norte-americanos, apesar de serem franceses.
Neste filme, a estrutura é bem semlhante aa dos filmes americanos, mas existe um frieza européia, uma maneira mais cool de apresentar os mesmos chavões, se for o caso. Gostei.
bonus track: os créditos finais são bem legais
mais um filme que usa mad world do tears for fears cantado por outra pessoa.

Filme norte americano policial com toques de religiosidade católica. Se eu fosse você, eu veria. Muito bom. Fazia um tempinho que não via um filme policial americano com toques de mistério dessa magnitude.
Ki ano horríves é um policial que investiga a morte de seu parceiro no metrô. O mesmo metrô em que uma jovem católica tem uma visão que ela interpreta como um sinal sobre seu namorado que está no Iraque. O resto é com você, fião. Mais eu não conto.
Muito boa história, você praticamente fica nas mãos do roteirista e vai entendendo os fatos conforme são liberadas as informações. Keanu tá bom fazendo o papel que todos os policiais de filme são. Ou seja, amargurados, sem esposa, sozinhos, problemas com os filhos, só faltou beber. Um dia ainda faço um filme de um policial que é completamente feliz e tem uma familia de margarina.
Corre lá para ver, satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!
bonus track: a atriz principal é descaradamente bonita. De uma beleza clássica. No filme, ela se chama Isabela e um amigo do marido dela, em determinado momento a chama de Isabela Rosselini.

Filme ganhador do oscar, bastante comentado e que você provavelmente já viu. Na verdade, ele nem faz parte muito do perfil desta página. É um filme que teve a sua propaganda e é bastante conhecido. Mas continua a ser uma pequena pérola.
Moonlight é um filme belo. uma poesia feita com temas pouco usuais para poesia e/ou amor. é um filme que cresce depois q acaba, que precisa ser visto até a última cena para fazer sentido. que vc lembra da cor daquela lembrança, da música daquela hora, dos olhares. Um filme-poesia-lótus nascido no meio do pântano-trafico-prostituição-bullying-identidade sexual. Como diz o subtitulo, é a história de uma vida. São os personagens que interessam. Não é um filme entre negros e brancos. É um filme entre humanos dentro da comunidade negra norte-americana.
Bonus track: Toca classic man do Jidenna.

Filme polinésio de lutinha. Adorei, mas é tipo um kill bill com muito mais sangue e mais sujo. Tarantino pegou estes filmes oritentais de luta e pancadaria e fez a versão dele mais palatável apesra de cheia de sangue e lutas também.
Este é mais sujo, sujo de sangue, as pessoas ficam roxas, cortadas, o mocinho cheio de hematomas. Nunca vi tanto sangue espirrando junto. Mas nao é aquele sangue gráfico do tarantinho ou do 300, é sangue sujo mesmo, de verdade, vi até uns treponemas palidum e uns hiv lá voando. É trash.
As lutas são um caso especial, o diretor acelera um pouco a imagem (reparem nas ondas na luta da praia) e a coisa fica dinâmica como se fosse filmada com uma steady cam desregulada. Alguns momentos em camera lenta, mas diferente daquelas aceleradas manjadas que dao um slow no final. Gostei muito das lutas também.
A história é sobre um rei do mal que está na prisao mas escapa. Enquanto um homem super ferido é encontrado numa praia e salvo por um pescador, indo parar em um hospital com amnésia e que cai nas graças de uma estudante (?) de medicina.
Os diretores nao economizam nem mortes e nem em sangue, por isso os do mal matam tudo e todos que aparecem na frente com facao, revolver e metralhadora. Aliás as mortes com metralahdora também sao muito boas porque ficam cheios de fumaça.
Desculpe os que devem estar pensando, Nossa, o Cleido, pensei que fosse um artista sensível e vê estas coisas? É isso ai fião, aqui nóis gosta de moonlight e de pancadaria também sem distinção de raça, credo ou religião. Recomendo.
bonus track: Reparem na moça chamada Ricka, acho que é isso, mora na selva e tem até cilios postiços.
Rola até um wolf3d basico no filme uma hora lá. E também uma referencia básica ao darth e ao clássico star wars. Reparem que o filme, apesar de falado em polinésio, nesta cena o bandidao fala em inglês.

Filme drama/crime/assalto/policial contado de trás para frente no estilo de Irreversível e Amnésia. Porém o contar a historia ao contrário não é apenas um exercício de estilo, faz sentido porque o roteiro foi escrito para você entender o filme quando contado assim. Isso quer dizer que você descobre coisas e entende coisas mesmo contado de trás pra frente e permanece envolvido com a historia o tempo inteiro.
Um pé no indie, outro pé nos irmaos coen, planos perfeitos feito por pessoas imperfeitas, desastradas e inexperientes.
Em uma cidade pequena que todo mundo se conhece, acontece um assalto a banco e todos os envolvidos e os policiais que investigam se conhecem, sendo até parentes, alguns. Esta proximidade de histórias de vidas faz com que muitas delas estejam também misturadas.
Excelente filme, história boa, contada de maneira boa, envolvente, apesar de ser ao contrário, é didática. Ou seja, o recurso não é usado para confundir mas sim para se contar uma historia de uma outra maneira. Nisso, difere do Amnésia, por exemplo, que não é um filme fácil de entender sem esforço mental. Este fica pronto na sua cabeça quando acaba. Recomendadaço!
bonus track: o policial parece filho do erica bana com o liam neeson

Filme finlandês que NÃO é de terror e nem de demônio. O título pode atrair o publico errado para este filme. Adolescentes em busca de possessão se darão mal. Mulheres de meia idade que adoraram a Letra Escarlate podem gostar muito.
No século XVII uma pequena cidade é palco de uma caça às bruxas. No meio disso, uma moça que se apaixona por um cara casado e mistura tudo numa hora q misturar um pouco pode significar ir para fogueira.
Bonito, sóbrio e duro filme sobre a fragilidade da vida feminina numa sociedade patriarcal em que o homens temem o desconhecido, no caso o o universo feminino com suas sutilezas e e várias nuances e reagem a isso, matando, aniquilando e classificando tudo que desconhecem de poder do mal, do diabo.
Freud deitaria de braçada na mistura de pulsões de sexo, morte e emoções.
Bruxaria, mulheres inocentes seno decapitadas e queimadas na fogueira por denúncias movidas a ciúmes, interesses outros. Senso comum, a manada pensando do mesmo jeito e aniquilando alguém q possa ser um pouco diferente. Ainda bem que os tempos mudaram e não somos mais assim, não é mesmo? Quer dizer, não, péééra!